sexta-feira, 30 de abril de 2010

ANTI-CAPITALISMO

Dilui-se ganâncias materiais obtidas em sonhos de consumo
Resumo pequeno de vidas pequenas
Obscenas cenas cotidianas
Retratadas em vícios explícitos
escondidos em mentiras convincentes

Seu objeto atrasado ainda ocupa
exatamente o espaço principal na estante
Instante passado obliterado
Transmutado em soberbos escritos reinantes

14/07/2003

quinta-feira, 22 de abril de 2010

AMORES E (DES) AMORES

AMORES E (DES) AMORES

Uma paixão findou-se
ou uma ilusão sentimental desnudou-se?
Seus olhos ainda refletem vestígios sinceros de dúvidas
Turvas águas desencontradas e bebidas num
tempo-espaço explicável

Essa carência afetiva subjetiva gestos casuais normais
inseridos em um contexto social objetivo
Ilusionismo
Quem sabe aquele cumprimento expansivo
que desnorteia e escurece seu lento andar
esconde a ausência de um personagem central
no centro de sua essência sentimental
central em sua vivência social
fator de incoerência: emocional

E de nada valem conselhos e fórmulas
nem olhos vermelhos
espelhos de uma situação mal
resolvida
Resumida em um
(não) querer estratégico
Bélico!


12/08/2003

terça-feira, 20 de abril de 2010

Amigo, põe outra do Raul

Amigo, põe outra do Raul
O vento frio tocou
a minha pele fraca frágil
inconstante
esvoaçante
afirmação de fracasso metafísico
imaginário, inesquecível
impossível de se perceber o que
se é no instante em que você já
nem sabe quem é
ou quem imaginaria ser
Talvez falte a condução
Condutor
E ver o que se passa e o que se cria
a tempo de se cair no escuro
de águas que (não) brilham. Recriam
O paradoxo de minha vida
(des) estruturada (des) avisada
(des) animada (des) motivada
(in) criada
no exato momento
de 22:44:51
de 03/07/2002


03/07/2002

sábado, 17 de abril de 2010

Ambiciono reter em minhas retinas

Ambiciono reter em minhas retinas
aladas o seu olhar magnético fugidio
Rastros estéticos e melódicos construídos
em abraços-beijos éticos
sintéticos desfiles de prazeres e sensações
explosões de sentimentos

Momento Incolor!

Saída desordenada e apressada; vendaval
Temporal incrível desabado num dia de luar intenso
um dia em suspenso, uma vida em suspenso

Trilhos desviados
para sempre alterados
desfocados de interesses previamente planejados





04/12/2003

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Abre-se o lago profundo inundado

Abre-se o lago profundo inundado
de idéias pré-fabricadas a serem
embasadas embelezadas

O tempo restringe
A mente se restringe
O frio dilui

Mas o calor de descobertas
expressas em palavras-cosmos-códigos
despertam forças alterações
vulcões e espasmos e
ataques epiléticos epilepsia
contra-ideologia
vulgaridade mórbida morta
enterrada em túmulos flutuantes
aterrorizantes
ligadas à espécie normal
de seres puramente humanos


26/03/2003

quinta-feira, 15 de abril de 2010

(Não) Real

És a finalidade
És o fim em si mesmo
Gerador de imenso vazio
Ar Glacial, tremendo frio
de uma carruagem desbravadora
atravessando uma penumbra escura
livres de uma liberdade baseada
numa escolha entre, simplesmente,
dois finais que em si bastam
livres...livres de escolhas!
É só digitar,
informar os dados básicos
de um programa não sujeito a mudanças
Não é preciso entender coerentemente aquilo
que se faz
Basta fazer
Basta não-viver!
Robô réplica repetição
não revogação
de leis inaudíveis, inatingíveis
do que possa se chamar realmente
irremediavelmente de vida real!




11/10/2002

(NÃO) CASAMENTO (IM) PERFEITO

O que importa são as sensações
Os sentidos implícitos deixo por conta
de um leve sussurro transportado
por um beijo roubado de um superior intelecto
Espectro de casamentos pensados

Perfeição!

Erudição consagrada à sensação
mórbida de tudo entender
e em tudo se auto-convencer!
Um coração repartido e desperto alojado
em enunciados improváveis devotado
ao não se importar com subentendidos intelectuais

O não restringir a poesia em
versos aéreo-metodológicos possibilita
casos e casamentos ilimitados

Liberdade!


14/07/2003

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um Navegar (des)Protegido

Um Navegar (des)Protegido


Destruo a única possibilidade intacta de tornar-me leve
divido ocres e ilusões
enquanto me vejo entregue a um fato inédito
de todas as minhas angústias a que mais me atormenta
é me ver isolado
Ainda ontem possuía um sonho célebre
mas não me vejo mais em qualquer acorde dissonate
Dissolvo as atitudes inertes
e habilito um templo antigo banhado de sol
Seus gestos intempestuosos já não ferem as tristezas escondidas em um cofre aberto
pois sempre uma semi-deusa me protege
e me decapta.
Em tudo o que digo há palavras perdidas
desconexas e, às vezes, extintas
Distingo, entre vários atos, um fato expressivo
Ah! Navego em olhos azuis o brilho de um
mar que nunca amei
desejei ver estrelas transparentes mas uma ausência importante
despertou um temporal incessante
despejado em um dia impróprio, porém célebre.

Fui julgado antes do crime, que mostrou-se frágil
enganei sentidos e argumentos
isento de fugas e desesperos me encontrava
mas uma ave voou alto e imponente
causando um tremor indescritível

Desafiei relógios cingidos de vermelho
e toda a dor foi-se embora

Talvez a caminhada de nada valeu
mas seu semblante iluminou-se com o vento
soprado; atmosfera
Imagens recortadas aglutinam-se em forma
de palavras
e todas as memórias
um dia
serão jogadas fora



03/02/2004

Discuti um sonho

Discuti um sonho
e caí inerte no espaço
De errado basta o meu estado
Estupendo cansaço
Uma música sublime tocou
som, muito som
em meu coração...
Não registro adequadamente o momento
mergulho no ar... no mar
Cativo um sorriso e me estendo ao sol
solidifico um estado
me amarro num ato instável
Congelado estava, derreti-me
entreti-me com seus cabelos
esqueci-me das estrelas
Jardins suspensos, exclusivos, excluídos:
incluído fiquei



04/04/2004