segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Meu tempo anda desigual
como anda desigual meu coração
Antigas palavras e ritmos já não
preenchem o espaço específico
criado na ganância de sentir mais
e querer sentir todo o cosmos
dividido em consciências
individuais-coletivas impenetráveis.

E como é triste crescer, se aumentar
e depois ver este acréscimo perdido no vácuo!



01/12/2002

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

METALINGÜÍSTICO

Chega!
Basta!

Não quero ser o dócil protagonista de um futuro promissor
Deixem-me a sós com as palavras escritas e com
as que ainda precisam de combinações
Não há um momento certo para que as palavras surjam
e façam sentido
e exprimam valores
Não há um método sistemático-filosófico
que ensine a fazer poesia

As palavras possuem vida própria!

É preciso vê-las e combiná-las,
comê-las, não digerí-las e vomitá-las
sobre o estômago vivo de papel sensível
(in)visível a olhos (in)comuns.


14/08/2003

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MEMÓRIA


Talvez
Aquela vez
parte de uma parte que sou
se invalidou

Ah!
Voltar e verificar
entender motivos e sentidos
e ver como se passou esses
atos enganados

Palavras atuais rememoram
fatos acrescidos de análise-pensamentos
Mas... e os sentimentos?
Agora que se passaram
os olhos a eles voltados
não brilham mais!


18/12/2002

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Me sinto longe...
Com uma saudade angustiando meu peito
Não sei de onde vem e nem o que é

Por isso eu crio
Crio meu mundo. Só ele existe
Com vidas caídas da realidade
Quem aqui vive, vive
Mas a história é só minha
E a ilusão é doce, sem desejo
E nem maldade

Sou Feliz!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

JULGAMENTOS


Cale seu pranto
e enxugue a sua voz
explorar prazeres, o céu
um mel salgado inalado
julgado sólido na solidão do momento seguinte
Ainda procuro os seus passos desviados
julgados como superiores
tristezas ocultas e atormentadas por um olhar
De nada vale implorar
seu cego rosto
gosto por um imenso vazio;
Silêncio...
intenso espaço inacabado
preenchido em um instante inespecífico
imprevisto caminho começado
julgado como um vôo inexplicável
alçado no chão
jogado fora em lágrimas...
julgado inexpressivo



29/10/2003

domingo, 5 de dezembro de 2010

INSTANTE DE SONHOS

Lembro-me docemente de ontem
e de sua entrega total a busca
de um prazer não individual
Experiências. Descobertas
Palavras e ações inebriantes
sonhos condensados em instantes
em um desejo-vontade crescente constante
medos falhas compensadas
em atividades físicas transcendentais
(a) normais espaço-especiais
envoltas em atitudes
cuidadosas
carinhosas!


07/04/2003

sábado, 4 de dezembro de 2010

imagens

IMAGENS

Três estrelas brancas agora distantes
iluminam o som anual repetido
sinto-me feliz
Uma euforia interna atravessa gestos paralelos
e escondem uma saudade escaldante vinda
de um contato apertado transformado em lembranças
e encontros casuais
- Gosto de trocar palavras recordadas! -

Números (de)codificados memorizados prometem
palavras atualizadas...

Uma mini corrida sem rumo não
altera o aprendizado de novos paladares
para um semi-vôo inconsciente

A bela imagem reflete-se em águas
calmas extasiantes

Sorrisos e brilhos sempre renovados!



07/07/2003

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

IDÊNTICO

É hoje que destruo
meus hábitos inaptos a
distinguir o que vem a
ser o bem e o mal
Admiro minha ignorância!
É a luz negra a escurecer
a vontade inata de crescer vencer
distâncias temporais de desejos

Vagueio idêntico ao mar de florestas
de árvores imóveis
Não há causas, só conseqüências...
exigências
O que colho não é culpa minha
divindades abstratas
sarcásticas que implodem
minhas esperanças e me impelem
a aceitar minha
condição de pseudo-máquina
engrenagem
que roda triste e pálida

06/11/2002

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hoje Escrevo

Hoje eu escrevo
e escrevo palavras com a angústia de quem
não vive um grande amor
e escrevo solitário com a vida a passar diante
de minhas retinas molhadas
e escrevo palavras secas e sem sal pois
perderam-se no meio de várias lágrimas
e escrevo como quem quer que o tempo passe
e feche o som rouco do coração
e escrevo rápido e sem sentido como uma máquina
quem tem o fim em si mesma
Não!
Eu não copio as máquinas
Copiar é assumir o sentido de outra coisa
E as máquinas não têm sentidos

E escrevo simplesmente o que sinto
Não quero explicar ou entender o que sinto
Quero simplesmente sentir
Pois é algo só meu
Tanto sofrer em explicar e entender
Tanta energia desperdiçada!

E escrevo com raiva e com raiva
de perceber o mundo e não me expressar
Às vezes chego a sentir raiva de mim mesmo
E tenho palavras e tenho a música
Mas nada sai conforme verdadeiramente minto


E hoje escrevo triste pois estou solitário
em um momento em que não queria estar
E sofro as conseqüências de nunca ter encontrado
exatamente o que sou e o que sonho
Tudo muda com a velocidade vertiginosa da minha vida
e deixo de lado o que mais importa
Agir da forma que quero
19/04/2002

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Hoje cantamos o amor
torpor e razão de nossas vidas
passos esquecidos sobem
distantes do som

Minha harmonia composta
importa a meus sentimentos
e a luz acesa apaga a camisa de força

“O meu nome gostaria de ver
eternizado nas letras noturnas saídas de sua caneta.“.

Um cometa
passou e modificou a minha vida!




15/10/2003

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Freada Brusca

Minha vida virou-se de pernas para o ar
Já nem mais sei dizer o que sinto
E nem o que anda em meu coração
Se é válido o que fiz, não sei
Só sei que mergulhei em depressão
Me fechei em mim mesmo
E nem quero ressurgir tão cedo
Muitos se afastaram
Muitos estão mais próximos do que nunca
E há quem ache melhor manter distância
Evitando uma freada brusca
E se machucar em um acidente

Eu sempre volto nas mesmas palavras
Pois a minha mente gira rápido
Mas não sabe bem onde parar
Me sinto só
Já nem quero mais me perder no álcool
É bem melhor me perder em mim mesmo

Sem que mais pessoas saibam o que se passa
Não queria estar assim
Mas, ferir outra pessoa dói mais em mim
Apesar de que todos duvidam sobre isto
A única vantagem é que estou me conhecendo e
percebendo quem sou e das possibilidades que existem
Nunca mais vou me reprimir e derramar meu suor em me esconder
Descobri que percebo muito o que se passa a meu redor
E consigo ver mais do que queria...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FELIZ IDADE GERAL

A trajetória de seu corpo
não influi em sentidos-inocências apreendidas
no subconsciente coletivo de valores banais
estruturas delineadas expostas a um
prazer-comércio passageiro mortal
Visual
Acordo semi-nu semi-consciente inocente
de seu objeto inacessível dividido em seu conteúdo
essência desviada alienada
Forma e
Transforma sentimentos e espaços ocupados
Vividos e inválidos
Validados numa divisão; incoesão
numa mistura ética estética
Poética
que funde e confunde o objeto real
moral e visual
própria a uma feliz idade geral






08/05/2003

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

FASES

FASES


Da fase aérea-delirante
sobrou o sorriso toro de uma
águia enfumaçada
bêbada de tanto querer
e de tanto não poder

Da fase realista-sombria
sobrou um sonho alucinante
imagem-projeto desalienante
preso à marcha diária
de uma formiga em busca de poesia

Da fase capitalista-lunar
sobrou o cansaço
impregnado em meu espaço
e recursos financeiros guardados-desperdiçados
e a ganância de um esquilo em acumular

Da fase concreta-platônica
sobraram restos de amores
e algumas dores
e escritos, filosofias, poesias e
o olhar de uma coruja a tudo penetrar

Da fase amarga-despressiva
sobrarm choros e lágrimas
e emoções várias
e a vontade de, como um urso,
hibernar e esperar o sol renascer

De fase em mínima fase
o que sobra é exatamente o que
os olhos conseguem perceber
e a mente captar e dilatar

02/02/2003

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

EXTINÇÃO DAS ÁGUAS

EXTINÇÃO DAS ÁGUAS


Pingam gotas caídas
de sangue seco
suor doce cedo
sóbrio silêncio
sussurro intenso
jorrado em correntes
sementes de um espaço sensitivo
exclusivo sabor de saber
viver e escrever contra
lágrimas prepotentes
excelente desligar-se mascarado
Preocupação em navegar por águas agora inexistentes
um sol poente, um horizonte perfeito
Único último jeito de
sobreviver à extinção das águas

14/07/2003

domingo, 14 de novembro de 2010

EVITE A TRISTEZA

Não, não fiques triste meu Bem!
A noite não acaba agora
Ela pode ser eterna
e sobreviver a várias tempestades
Essa noite que brilha
e que não se escurece

Não, não fiques triste meu Bem!
Essa alegria embriagada
é parte constante de
seus devaneios lunáticos
Loucuras excitantes
de quem não se preocupa com o espaço

Não, não fiques triste meu Bem!
A tristeza desperta
esta sua dor adormecida
e que te afasta fisicamente de mim
e que te faz (in) sensível
a todo o mel que corre do Amor!


30/12/2002

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

? ... ?

? ... ?


Esvaziar o sentido do que não se entende
e deixar palavras
sons
resvalos ... soltos
na incompreensão do que se passou
em inexatos
atos
impensados propositalmente
incompreensivelmente velados
(escondidos)
na porta metafísica
abstrata...
sensível
em símbolos sofisticados
saudades...
tempestades em invólucros
invisíveis
impossíveis
de se desinventarem ou de
caírem soltas
no solo ardente
incandescente
e tudo absurdamente
(i) real


06 e 11/06/2002

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Esta Arte de Viver

Esta Arte de Viver
(em parceria com Rogério Ventura)



Na imensidão de sentidos profundos
Vários mundos
Momentos, sentimentos
Sentimentos, momentos
Quero tudo
Mas não consigo entender
Esta arte de viver

Tudo vem, mas tudo passa
Rapidez que arrasa
Lembranças, esperanças
Esperanças, lembranças
Posso tudo
Mas não se faz entender
Esta arte de viver

Criando um mundo novo
Um novo povo
Realidade, identidade
Identidade, realidade
Crio tudo
Mas não há como entender
Esta arte de viver

Por mais que explore os detalhes
Absorvo novos ares
Vivendo, aprendendo
Aprendendo, vivendo
Vivo tudo
Mas continuo a não entender
Esta arte de viver

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ESPERA

Um peso incrível
possível despertar para um mundo novo
palavras (des)articuladas
(des)preparadas e jogadas
em um contexto competitivo camarada

O nervosismo é inerente a situação
Oração. Articulação
Cruzamento de leituras subentendidas
Implícitas em questões lingüísticas
Paralisação
Tempo parado em ansiedade nervosa renovada

18/09/2003

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Espectro inacabado

Espectro inacabado
de valores abstratos
Encontros (des) marcados
no sol dilacerado
Punhos fechados, roubados

Passos...espaços quebrados
(ultra) passados
Estranhos atos usados
fatos (in) consumados
Paredes de sons enclausurados

Salve! Servos caçados
Sonhos ultrajados!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ESCUTANDO MOZART

Do mágico encontro sonoro-celeste
o nada se perde
preenchido por notas-sentidos
claramente destituído
do vácuo-vazio característico
do tato insensível de robôs-zumbis

Arco-íris pintado em harmonias
correrias estáticas: imaginação
ação de movimentos sonoros
compassos insuspeitos de sons-idéias-sentidos

Em busca de uma imagem
sensível-voraz
a interpretar minha identidade
à margem
vozes e sons e pensamentos
embalados em escalas dissonantes
presentes


27/11/2002

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Escrevo rápido e escrevo sem medo
de saber se o que penso às vezes
confunde quem lê se a vida
existe ou se está em um sonho de
uma noite que surgiu com o
sol quente a queimar os espaços
que já não existiam no momento
em que foram criados
... errados!

03/07/2002

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Escorre no show de rock

Escorre no show de rock
suas notas erradas tonteadas
viajadas por entre imagens caídas do céu

Certo mel
corrigido e vivido nos
submundos exclusivos de vontades animais
Estatais. Individuais.
Perdidas e nocivas
nos pensamentos
excrementos de um som emocional social
e contém resquícios
ouvidos no prazer incondicional
de suas palavras inaptas e condizentes
e seus passos irracionais:
- Demais!



18/07/2003

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entre Dois Espaços

Agora já não entendo
o que se passa sob meus passos
embaraços
do desnorteio de enlaços
Casuais
Desestruturais
e hoje em dia já não me interessa se a noite foi neve ou escura
e hoje em dia já não me interessa se o chão se move ou imobilidade perpétua

Extremos alternados
e em sons (in) válidos
valido o que desperta simples meus instintos no tempo presente

Quem sabe se o que minto
Foge verdadeiramente da força extrema da ocupação total de viver
Vitalidade esgotada no desgaste do relógio
Estudar, trabalhar; descansar e estar
pronto para o próximo dia; e perdê-lo;
Bêbados distantes
Incógnitos e inconseqüentes
invariavelmente melancólicos e alegres
dispostos em devaneios sensoriais
espasmos intelectuais
flashes de uma realidade viciosa ociosa
da ocupação de tratar de um
amor produtivo que não resiste...
e não existe.

24/06/2002

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Embriaguez Popular

Afoga-se num luar
o delírio ébrio de um louco que
sente a laje fria do tenebroso
mar por onde colorem-se
os seus desejos e decepções

Morte ao navegador desavisado!
Morte à censura prévia de quem desconhece
o que é viver!
Cede seus sedentos ciclos rotineiros
enjaulados num martírio incessante e
enganosamente inebriado por um soma popular
seu ópio diário
seu choro diário
cede todo o seu cosmos
a quem vive inferior-superior
e desenrola seus instintos
diretamente do vácuo ímã
de razões emoções convulsões

E fere a tudo e a todos
que já se sentem prontos
para se esconderem debaixo da
cama-abrigo-esconderijo
de toda vergonha e de todo medo
segredo
que habitam uma medíocre vida controlada

09/07/2002

sábado, 21 de agosto de 2010

Em milhares de ruas há milhares de pessoas
chorando o seu sonho ruir.
Milhares de pessoas escondem seus rostos
em máscaras acesas de pouco sol
Céu azul por trás da nuvem negra
esperança de um valor ressurgir
E brilhar... e brilhar

Um dia eu vi um rosto na multidão
E os olhos brilhavam
E meu coração ferveu
Uma vida em um segundo
Que se foi
E nunca mais apareceu

As ondas do mar são quase iguais
mas carregam um novo mundo a cada instante
Milhares de ondas nascendo, vivendo e
morrendo sem serem vistas pela multidão do ar
Um pássaro mede das alturas a força d’um coração
desligado do corpo brilhante aceso num olhar


18/04/2003

domingo, 15 de agosto de 2010

Ei, louco, o que me cativa
Uma criativa mente
demente
Sonhos tresloucados
absurdos inebriantes
Um vôo épico
retumbante
Um som estudado
viajante
Algumas palavras acertadas
instigantes
Um simples vazio incolor
O não sentir dor
E o sentir-se vivo importante
por entre pensamentos filosóficos-coerentes




17/03/2003

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

E o que é a alegria no mundo?
a não ser você saber
o que se passa agora
e o que se passa nesse momento
e o que você pensa que existe
no momento em que a sua
pseudo-vida
julga ser o tempo ideal
para que todas as suas ideologias
para que todas as suas filosofias
para que todas as suas poesias
se concretizem numa (i)realidade
imprópria para quem vive
e acha que o verbo sonhar...
... não faz sentido
... não traz sentido
e às vezes voa pelo ar
e riscando uma realidade
plausível para que se assente
e busque vida
num desenho (in)corpóreo abstrato
que só irá encontrar
no cavar, perfurar, escafunchar, dinamitar
toda a crosta que impede eu
de achar profundamente aquela parte de mim
que se acha escondida obscura internada
num espaço digno de choro

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dupla Luz


Surgem dois sóis no horizonte
E a previsão é de chuva intensa
Já não me conhecem pelo que tenho e
Não querem saber de mim, minhas viagens
Se vivo ou deixo a vida passar
Já nem sei mais...

Não há como cantar
Uma vida sem espasmos de mágoas
Sem o peso de ter que sobreviver
Dia após dia após dia após dia após

24/10/2002

quinta-feira, 22 de julho de 2010

DIVÓRCIO

DIVÓRCIO

Sorte extrema
os valores despedaçaram-se
e o carinho que devotas a mim
é inútil e incoerente: inexistente

Um vôo lúdico faz-se necessário
emblema lunático do capital desperdiçado
intensificado pelo seu erro extático

Cavernas exploradas e cansadas cheias de luzes
apagadas
Incendiadas pela confusa emoção
Remoção de sentidos falsificados
inexplicados e (i)realizados
na porta cósmica quase sempre
inacessível
da vontade inexplicável
de estar apaixonado!

05/08/2003

quarta-feira, 21 de julho de 2010

DIÁRIO

Um leve flutuar tranqüilo
estendido imóvel solto pelo chão
batidas lentas do coração
energia advinda da respiração;
Alimentação;
Uma visita devolução
agradecida-rápida
imprecisos votos de retorno;
Passos rápidos-lentos desconexos
atentos, altamente atentos
pela pura falta de pensamento
agradável e solitária degustação;
Um encontro forçado
uma doce força enlaçada: Beijos;
Caminhos divergentes cruzados
encontrados casualmente
brilhos e abraços
e um perfume puro perdido no ar;
Conhecimentos inacessíveis-monetários.
No encontro perguntas risos.
E palavras desconhecidas
aprendidas em lições incoerentes;
Ao som prazeroso de uma melodia

14/04/2003

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Devorei as estatuetas esquecidas no fundo do sótão
Sabe-se lá a dor e o prazer e a cor da digestão

Solto minhas palavras eruditas presas
ao som surdo de seu coração
O calor vapor do vento ainda hoje não cessou
Voou cego seu estúpido cérebro
e pousou numa escuridão inacessível

Difícil te ver, difícil te entender

Eloqüência evasiva destituída de interesse visível
Dissimulação...
E a dor escondida de um beijo não roubado
Esquecido no fundo de uma gaveta epitética
Profética ilusão para tempos-memórias perdidas






24/06/2003

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Despedida

DESPEDIDA

Hoje há uma despedida
Uma alegria-partida
Uma passagem transitória
Exploratória (Vitória)
A lágrima que corre solitária variável
saudade de um hábito quebrado
despedaçado
Desperdiçado

O navio que se vai a sumir no horizonte
Um sabor caído de ontem
Vislumbra o porto de chegada
Através de um mar de tempestades
Dificuldades
E um sorriso tímido-mórbido
a quebrar o estranhamento de uma
viagem-despedida saudade...
partida




19/02/2003
Desgraça
O que se passa no coração:
Ilusão? Paixão?

Estúpidos cupidos esculpidos e
desfalecidos presos em uma história
Vitória: inglória
escória do espaço descompasso

O caminho isolado solitário
metáfora exata e específica
típica exemplificação da dor obtida
naquele
instante de separação

Solidão!

15/10/2003

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Depois

DEPOIS

Isto não é nada
Fica para depois
como tantas outras coisas que ficam para depois
e não se realizam
Depois... um tempo a vaguear perto-distante
Procurando se materializar
e se auto-realizar
e ficar preso
neste tempo específico
e, quando isso acontece,
no que o tempo padece
e no que não se esquece
o que resta
são lembranças!




29/11/2002

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dança

DANÇA


Passos, saltos
Sons estalados criados
instalados no espaço
solto indevido

Ouvido
por um tímpano
esquecido

Adormecido
por uma dança alucinante
deselegante

Criada e desapropriada
uniformizada
e revestida d’ouro alienante

27/01/2003

sábado, 12 de junho de 2010

Da Tristeza do Momento

Da Tristeza do Momento


Um poeminha metafísico
Explícito
Em palavras conversas
soltas no caminho sem teto
e não seguram abrigo
Perigo!
Caírem pesadas
sobre cabeças despreparadas... despreocupadas
Inconformadas
Tempestades (a) típicas
derrubam águas e águas e águas
e desnivelam
a estrutura a alegria
do que um dia foi
Puro sorriso sincero!






11/06/2002

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Condecoração

CONDECORAÇÃO

Tenho medo
de morrer cedo
e deixar em segredo
meus sonhos e desejos

Por isso escrevo
despejo sobre o frio cadáver de árvores
o sangue quente e azul de minha caneta
Estatueta condecoratória da história de uma vida
Esquecida...



25/08/2003

domingo, 6 de junho de 2010

COMO CRIO

COMO CRIO

Prefiro lugares corruptos e não acesos
coesos na incoerência súbita da indiferença
exigência mórbida de finalidade
exótica
histórica busca de espaço ideal:
Inspiração; Transpiração
Vocação inquietante
exigente em momentos impróprios
meu ópio condicional: estrutural de minhas raízes
formulador de minhas crendices e tolices

Prefiro caminhar sob o som da lua
e ver nua a estética oculta de
traços inacabados e não executados
transformados em reflexões literárias
às vezes esquecidas, outras aperfeiçoadas
e outras memorizadas e manchadas
por sentidos estranhos à sua originalidade
Liberdade na criatividade sem lugar próprio

Em todas minhas preferências
o que age é a não-exigência
e a necessidade estética profética
de inserir-me no mundo incoersivo de sentimentos...
...
... e palavras...

15/08/2003

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Circuito Fechado

Circuito Fechado
(em parceria com Rogério Ventura)


Tranco a porta do ego reprimido
Temo que eu me veja defronte comigo
Quero derrotar as minhas desistências
Me libertar do horror das aparências
Busco escapar desse grande perigo
Tenho no amor o meu grande amigo
O mundo reserva imensas surpresas
Ilusórios tormentos, múltiplas belezas
Tantas vidas atiradas num abismo
Sonhos mutilados pelo rude egoísmo
Tantas vidas mortas suplicando pra viver
Tantas são as portas cerradas para você
Tantas são elas que se fecham sem porque
Somos vigiados, controlados sem saber
Tento, enfim, esse planeta entender...
Tento, enfim, esse planeta entender!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Certifico se o cerco armado

Certifico se o cerco armado
às palavras usadas
continua frouxo o suficiente
para novos usos semânticos;
Românticos


16/05/2003

segunda-feira, 31 de maio de 2010

CARTA PARA O FUTURO

CARTA PARA O FUTURO

Esta pequena carta é destinada
a você
exclusivamente a você que encontrou
as minhas palavras
e que escolheu minhas palavras
para sonhar e se identificar

Não julgues apressadamente
o meu medo e a minha timidez
e não me defendas apaixonadamente
frente a mentes que não alcançaram
a profundidade ou a força
dessas minhas desprensas palavras
usadas com/sem sentidos específicos
Indico caminhos e possibilidades
e sentimentos

Em tudo me escondo
e deixo pistas exclusivas
de quem sou
ou o lugar sublime-encantado
que a minha imaginação criou

Não me prendo ao real
ao (im)possivelmente real
que se destila de sonhos estranhos e futurísticos
deixo tudo em suspenso
para criar um deleite supremo
a quem elegeu minhas palavras, meus sons.

Desculpe-me pelos devaneios e imprudências
e a essência oculta pela estética
e pela minha posição cética
frente à possibilidades gritadas em coro

De tudo e entre todas as possibilidades
deixo frisado que o sublime é minha subjetividade
elevada à uma pretensa literatura
Tessitura interior jorrada a
um dia incerto
e descoberto, incólume,
por e para o seu contexto



18/08/2003

sábado, 29 de maio de 2010

CAMINHOS ALAGADOS

Até hoje não descobri
por que
às vezes
bate uma tristeza saudade
tempestade
que inunda
vielas, rios, lagos, oceanos
que são, além de enchentes,
meus alados, alagados
Caminhos!


03/07/2002

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cá estou para cantar o amor

Cá estou para cantar o amor
Um valor explícito distribuído
por entre encontros escritos no calor
de um beijo-sabor lunático
Fanático repetir-se e querer estar juntos
oriundos de palavras acertadas
nos momentos intensos de viagens alertas

Descobertas de sensibilidades latentes
explosões eminentes
descarregadas e desligadas em lençóis
atentos a movimentos inoportunos
Sonhos noturnos
Claros desejos estampados no
arco-íris de suas ações verbais



16/07/2003

Brincadeira de Criança

Brincadeira de Criança

Agora sou poeta
E tenho as palavras para brincar
Meus amigos não estão aqui para me animar
Estou a sós com elas
Vou rodar peão
Vou jogar bola de gude
Brincar de pega-pega
E de esconde-esconde
Mas o que mais quero
É soltar pipa junto a elas
E deixá-las voarem alto, alto, alto...

15/01/1999

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Às vezes acho que nunca existi

Às vezes acho que nunca existi
e que todo este vazio
chamado passado
Não passa de um sonho
ou uma brincadeira imprópria
e sarcástica de um livre
sonhador-criador!


27/08/2002

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As palavras começam a fluir

As palavras começam a fluir
A última gota se foi
Um círculo de fogo-fumaça
passa sobre minha cabeça
esqueça o que não sai da cabeça
confesso meus pecados separados
e lembranças

“Ainda espero meu nome esculpido pela sua tinta”

Um vento frio perpassa minha espinha dorsal
Como o silêncio que esfria
sensibiliza este momento marcado
exato, único e passageiro

Meu filho chora
embora o desejo nunca acabou...



15/10/2003

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ANTI-CAPITALISMO

Dilui-se ganâncias materiais obtidas em sonhos de consumo
Resumo pequeno de vidas pequenas
Obscenas cenas cotidianas
Retratadas em vícios explícitos
escondidos em mentiras convincentes

Seu objeto atrasado ainda ocupa
exatamente o espaço principal na estante
Instante passado obliterado
Transmutado em soberbos escritos reinantes

14/07/2003

quinta-feira, 22 de abril de 2010

AMORES E (DES) AMORES

AMORES E (DES) AMORES

Uma paixão findou-se
ou uma ilusão sentimental desnudou-se?
Seus olhos ainda refletem vestígios sinceros de dúvidas
Turvas águas desencontradas e bebidas num
tempo-espaço explicável

Essa carência afetiva subjetiva gestos casuais normais
inseridos em um contexto social objetivo
Ilusionismo
Quem sabe aquele cumprimento expansivo
que desnorteia e escurece seu lento andar
esconde a ausência de um personagem central
no centro de sua essência sentimental
central em sua vivência social
fator de incoerência: emocional

E de nada valem conselhos e fórmulas
nem olhos vermelhos
espelhos de uma situação mal
resolvida
Resumida em um
(não) querer estratégico
Bélico!


12/08/2003

terça-feira, 20 de abril de 2010

Amigo, põe outra do Raul

Amigo, põe outra do Raul
O vento frio tocou
a minha pele fraca frágil
inconstante
esvoaçante
afirmação de fracasso metafísico
imaginário, inesquecível
impossível de se perceber o que
se é no instante em que você já
nem sabe quem é
ou quem imaginaria ser
Talvez falte a condução
Condutor
E ver o que se passa e o que se cria
a tempo de se cair no escuro
de águas que (não) brilham. Recriam
O paradoxo de minha vida
(des) estruturada (des) avisada
(des) animada (des) motivada
(in) criada
no exato momento
de 22:44:51
de 03/07/2002


03/07/2002

sábado, 17 de abril de 2010

Ambiciono reter em minhas retinas

Ambiciono reter em minhas retinas
aladas o seu olhar magnético fugidio
Rastros estéticos e melódicos construídos
em abraços-beijos éticos
sintéticos desfiles de prazeres e sensações
explosões de sentimentos

Momento Incolor!

Saída desordenada e apressada; vendaval
Temporal incrível desabado num dia de luar intenso
um dia em suspenso, uma vida em suspenso

Trilhos desviados
para sempre alterados
desfocados de interesses previamente planejados





04/12/2003

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Abre-se o lago profundo inundado

Abre-se o lago profundo inundado
de idéias pré-fabricadas a serem
embasadas embelezadas

O tempo restringe
A mente se restringe
O frio dilui

Mas o calor de descobertas
expressas em palavras-cosmos-códigos
despertam forças alterações
vulcões e espasmos e
ataques epiléticos epilepsia
contra-ideologia
vulgaridade mórbida morta
enterrada em túmulos flutuantes
aterrorizantes
ligadas à espécie normal
de seres puramente humanos


26/03/2003

quinta-feira, 15 de abril de 2010

(Não) Real

És a finalidade
És o fim em si mesmo
Gerador de imenso vazio
Ar Glacial, tremendo frio
de uma carruagem desbravadora
atravessando uma penumbra escura
livres de uma liberdade baseada
numa escolha entre, simplesmente,
dois finais que em si bastam
livres...livres de escolhas!
É só digitar,
informar os dados básicos
de um programa não sujeito a mudanças
Não é preciso entender coerentemente aquilo
que se faz
Basta fazer
Basta não-viver!
Robô réplica repetição
não revogação
de leis inaudíveis, inatingíveis
do que possa se chamar realmente
irremediavelmente de vida real!




11/10/2002

(NÃO) CASAMENTO (IM) PERFEITO

O que importa são as sensações
Os sentidos implícitos deixo por conta
de um leve sussurro transportado
por um beijo roubado de um superior intelecto
Espectro de casamentos pensados

Perfeição!

Erudição consagrada à sensação
mórbida de tudo entender
e em tudo se auto-convencer!
Um coração repartido e desperto alojado
em enunciados improváveis devotado
ao não se importar com subentendidos intelectuais

O não restringir a poesia em
versos aéreo-metodológicos possibilita
casos e casamentos ilimitados

Liberdade!


14/07/2003

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um Navegar (des)Protegido

Um Navegar (des)Protegido


Destruo a única possibilidade intacta de tornar-me leve
divido ocres e ilusões
enquanto me vejo entregue a um fato inédito
de todas as minhas angústias a que mais me atormenta
é me ver isolado
Ainda ontem possuía um sonho célebre
mas não me vejo mais em qualquer acorde dissonate
Dissolvo as atitudes inertes
e habilito um templo antigo banhado de sol
Seus gestos intempestuosos já não ferem as tristezas escondidas em um cofre aberto
pois sempre uma semi-deusa me protege
e me decapta.
Em tudo o que digo há palavras perdidas
desconexas e, às vezes, extintas
Distingo, entre vários atos, um fato expressivo
Ah! Navego em olhos azuis o brilho de um
mar que nunca amei
desejei ver estrelas transparentes mas uma ausência importante
despertou um temporal incessante
despejado em um dia impróprio, porém célebre.

Fui julgado antes do crime, que mostrou-se frágil
enganei sentidos e argumentos
isento de fugas e desesperos me encontrava
mas uma ave voou alto e imponente
causando um tremor indescritível

Desafiei relógios cingidos de vermelho
e toda a dor foi-se embora

Talvez a caminhada de nada valeu
mas seu semblante iluminou-se com o vento
soprado; atmosfera
Imagens recortadas aglutinam-se em forma
de palavras
e todas as memórias
um dia
serão jogadas fora



03/02/2004

Discuti um sonho

Discuti um sonho
e caí inerte no espaço
De errado basta o meu estado
Estupendo cansaço
Uma música sublime tocou
som, muito som
em meu coração...
Não registro adequadamente o momento
mergulho no ar... no mar
Cativo um sorriso e me estendo ao sol
solidifico um estado
me amarro num ato instável
Congelado estava, derreti-me
entreti-me com seus cabelos
esqueci-me das estrelas
Jardins suspensos, exclusivos, excluídos:
incluído fiquei



04/04/2004