Afoga-se num luar
o delírio ébrio de um louco que
sente a laje fria do tenebroso
mar por onde colorem-se
os seus desejos e decepções
Morte ao navegador desavisado!
Morte à censura prévia de quem desconhece
o que é viver!
Cede seus sedentos ciclos rotineiros
enjaulados num martírio incessante e
enganosamente inebriado por um soma popular
seu ópio diário
seu choro diário
cede todo o seu cosmos
a quem vive inferior-superior
e desenrola seus instintos
diretamente do vácuo ímã
de razões emoções convulsões
E fere a tudo e a todos
que já se sentem prontos
para se esconderem debaixo da
cama-abrigo-esconderijo
de toda vergonha e de todo medo
segredo
que habitam uma medíocre vida controlada
09/07/2002
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