domingo, 30 de janeiro de 2011

O que se faz completo e com sentido
absurdamente válido e preciso
Como pedras inertes por si mesmas
protegidas contra prováveis intrusos.

Ventanias imprevistas surgem d’um horizonte calmo
derrubam muros, mitos
e rolam pedras
chegam rápidas
e desfazem certezas absolutas
mudas
fixadas em mentes
ausentes da flexibilidade

Ventos...
vitalidade incandescente
que se originam em um sopro vital
daqueles que não se sentem
seguros em um banco de areia
reverenciado como a pedra alicerce
que conduz à plena sabedoria.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O dia começou sendo bom
Já pus fogo em um punhado de células inativas,
discursivas,
que ainda se alojavam em mim.

Palavras incrustadas em
minha mente
se despregam e surgem e se organizam
e preenchem o imenso vazio
que alguém deixou

Rapto o som que vem do espaço
e traço com minha caneta
o intenso momento em
que penso

Por isso sinto que estou vivo!






24/10/2002

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

NOITE DE VERÃO


Não gostaria de me ver partir
enquanto seus lábios aos
meus colados
emitem sons ofegantes
doces prazeres iminentes
desejos próprios de uma noite de verão




02/02/2003

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No som-calor
esculpido num tempo psicodélico-alcóolico
discutem-se espasmos de vidas
nossas vidas
quatro vezes vidas
A noite olha por nós
em seu olhar claro-iluminado
tristezas e alegrias misturadas em nossos sons.

Salve memórias
histórias relembradas; revividas
ouvidas, sentidas
escritas em nossas linhas escondidas

O fogo se mexe
e o compasso torna-se perfeito
e mostra-se o que já era
e o que já estava feito

Hoje descrevo páginas importantes!


15/10/2003

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

No meio de nuvens negras vejo brilhar
o calor intenso de palavras
normas fictícias inseridas
em sonhos psicodélicos alucinados
vivenciados à guisa de luz noturna

O passo noturno
reaviva todo o torpor dos sonhos soturnos
encadeados no meio de sombras; penumbras
escombros súbitos surgidos na solidão
O som propagado neste vácuo polêmico
apressa meu andar a espera de abrigo
no eco do brilho de um olhar perdido
relatado na clareza da escuridão

Percebo todos os saltos
e todos os choros inaudíveis
sensíveis espasmos de belezas
Sensíveis espasmos de tristezas


25/08/2003

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não tenho muito a dizer
por não ter vivido ainda
exatamente a liberdade explícita
transparecida em atos revestidos
de irresponsabilidade pseudo-social

Falta-me o salto improvável
para dentro de palavras
que mostrem sabores indizíveis
e que venham construir a expressão
exata para exprimir a emoção
concentrada num ato explosivo, corrosivo
inventivo de sensações
coesões
em um espaço-tempo
ilimitado a ser extravasado
por um louco totalmente
coerente
com o indiscreto desejo
puro e ingênuo
de ser feliz


24/10/2002

domingo, 9 de janeiro de 2011

Não passo de um ator
Interpretando várias vidas em busca
Da unidade e da dispersão
De quem ainda não sabe
Se é melhor marchar
Ou voar por dentro do mar
E do céu...
Necessidade de mergulhar
em palavras, gestos, sons, objetos
no obscuro universo
de um desejo secreto, discreto
absolutamente concreto
inevitavelmente perplexo
diante do que se acha (a) traído

Sou exatamente a metade vazia
imperfeita de um ser incompleto

17/07/2002

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

NA RODOVIÁRIA


Sem pernas próprias
percorro longínquos caminhos
No instante a beleza está ausente
mas no impacto da virada mensal
ressurgirá ao meu lado
As pálpebras pesadas articulam um fechamento improvável
Ah! E esse relógio impróprio
de horas arrastadas!
Sim! As horas se arrastam lesmas pelas paredes

E meu fim está chegando rodando pelas estradas




28/02/2003

domingo, 2 de janeiro de 2011

Mundo Material
(em parceria com Rogério Ventura)


Apegado num mundo material
Desprezando o sentimental
Valores deturpados
Amores enganados
Prazeres que vêm e logo se vão
Saudadas da ausência de uma emoção

Desconfiança do que não se vê
Lições aprendidas na T.V.
Vida segura
Falsa estrutura
Paixões anestesiantes, doce ilusão
Alegrias compradas na televisão

Isolado em um mundo irreal
Ignorando o bem e o mal
Vazio interior
Ferimento indolor
Insensível ser tolo que vegeta e não vê
Que a essência vital está dentro de você

sábado, 1 de janeiro de 2011

MERGULHO INTERNO

Meus olhos ardem!
Enquanto cai a chuva incessante em minha mente inacabada
Plantas aquáticas evoluem...
Mas ainda hoje ainda
Não compreendo nada!
do que se passa em ecos flutuantes de um passado inconstante

Meus olhos ainda ardem!
Seu sangue sincero derramado pela sua face pálida
Esconde a alvorada incessante em seu dilúvio particular
Dias tristes escondem o som sincero e rouco distribuído pelo ar

Meus olhos já nem ardem mais!
Do ardor cresceram silêncios súbitos e visões variadas
Palavras (in)sensatas provocadas em rupturas sociais-sentimentais
Povoam filosofias e poesias estendidas ao longo de um rio caudaloso
e propenso a levar todas as margens esculpidas
para dentro de uma caverna escura
e sem dentes!



18/06/2003