segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dupla Luz


Surgem dois sóis no horizonte
E a previsão é de chuva intensa
Já não me conhecem pelo que tenho e
Não querem saber de mim, minhas viagens
Se vivo ou deixo a vida passar
Já nem sei mais...

Não há como cantar
Uma vida sem espasmos de mágoas
Sem o peso de ter que sobreviver
Dia após dia após dia após dia após

24/10/2002

quinta-feira, 22 de julho de 2010

DIVÓRCIO

DIVÓRCIO

Sorte extrema
os valores despedaçaram-se
e o carinho que devotas a mim
é inútil e incoerente: inexistente

Um vôo lúdico faz-se necessário
emblema lunático do capital desperdiçado
intensificado pelo seu erro extático

Cavernas exploradas e cansadas cheias de luzes
apagadas
Incendiadas pela confusa emoção
Remoção de sentidos falsificados
inexplicados e (i)realizados
na porta cósmica quase sempre
inacessível
da vontade inexplicável
de estar apaixonado!

05/08/2003

quarta-feira, 21 de julho de 2010

DIÁRIO

Um leve flutuar tranqüilo
estendido imóvel solto pelo chão
batidas lentas do coração
energia advinda da respiração;
Alimentação;
Uma visita devolução
agradecida-rápida
imprecisos votos de retorno;
Passos rápidos-lentos desconexos
atentos, altamente atentos
pela pura falta de pensamento
agradável e solitária degustação;
Um encontro forçado
uma doce força enlaçada: Beijos;
Caminhos divergentes cruzados
encontrados casualmente
brilhos e abraços
e um perfume puro perdido no ar;
Conhecimentos inacessíveis-monetários.
No encontro perguntas risos.
E palavras desconhecidas
aprendidas em lições incoerentes;
Ao som prazeroso de uma melodia

14/04/2003

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Devorei as estatuetas esquecidas no fundo do sótão
Sabe-se lá a dor e o prazer e a cor da digestão

Solto minhas palavras eruditas presas
ao som surdo de seu coração
O calor vapor do vento ainda hoje não cessou
Voou cego seu estúpido cérebro
e pousou numa escuridão inacessível

Difícil te ver, difícil te entender

Eloqüência evasiva destituída de interesse visível
Dissimulação...
E a dor escondida de um beijo não roubado
Esquecido no fundo de uma gaveta epitética
Profética ilusão para tempos-memórias perdidas






24/06/2003

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Despedida

DESPEDIDA

Hoje há uma despedida
Uma alegria-partida
Uma passagem transitória
Exploratória (Vitória)
A lágrima que corre solitária variável
saudade de um hábito quebrado
despedaçado
Desperdiçado

O navio que se vai a sumir no horizonte
Um sabor caído de ontem
Vislumbra o porto de chegada
Através de um mar de tempestades
Dificuldades
E um sorriso tímido-mórbido
a quebrar o estranhamento de uma
viagem-despedida saudade...
partida




19/02/2003
Desgraça
O que se passa no coração:
Ilusão? Paixão?

Estúpidos cupidos esculpidos e
desfalecidos presos em uma história
Vitória: inglória
escória do espaço descompasso

O caminho isolado solitário
metáfora exata e específica
típica exemplificação da dor obtida
naquele
instante de separação

Solidão!

15/10/2003

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Depois

DEPOIS

Isto não é nada
Fica para depois
como tantas outras coisas que ficam para depois
e não se realizam
Depois... um tempo a vaguear perto-distante
Procurando se materializar
e se auto-realizar
e ficar preso
neste tempo específico
e, quando isso acontece,
no que o tempo padece
e no que não se esquece
o que resta
são lembranças!




29/11/2002