sábado, 30 de julho de 2011

Sinto falta de dragões alados
sobrevoando o pesado espaço criado
pelo valor de minha mente exigente
Torpedos lançados, dragões abatidos
Gemidos incessantes provenientes da dor
abstrata retratada num grito de alegria
Ousadia em deprimir-se consciente
e verificar profundezas de mares
lares pateticamente enfeitados de nuvens escuras
... segredos ... medos ... angústias...

Se tenho olhos para ver,
ouço e vomito
Explico atos e águias
estiradas ao longo do rio impróprio
Suplico dons e amores, mas
não quero ver o vermelho característico
de teus olhos
Ancorados em mim mesmo!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

SAUDADE

Saudade
Tempo móvel-rápido; alienante
Máquina errante; corrente
Pensamento incoerente; inconstante
Liberdade!

Saudade
Distância espaço-temporal; memória
Longínqua história; carnaval
Tristeza atual; (in)glória
Vaidade!

Saudade
Devaneio no tempo; mistura
Imagem passada-futura; fantasia
Tristeza e ou alegria; loucura
Realidade!

sábado, 2 de julho de 2011

Sinto-me caído em um sonho de Buñuel
com paisagens delirantes de Salvador Dali
esqueço meu nome e grito contente com um transeunte cadáver
que recorta a minha sombra e derrete relógios
e destrói o tempo
Uma mariposa nasce e formigas constroem túneis
fico sem minha mão e brigo comigo ao ver
minhas atitudes meus desejos minha paralisia

Não suporto o desprezo mas corro para a rua e caio
minhas roupas foram jogadas fora e uma multidão se formou
Não quero mais nada repinto sons e as cores voltam
Acordei, é certo, mas o que vale tudo isso
despisto meu desejo e componho uma canção
faço dessa religião um novo (des)compasso
O cansaço chegou: viva!
Mortos podres pobres mortos podres que invadem sonhos alheios
(des)enterraram uma caixa que estava bem
Estacionada no fundo de um inconsciente bem (in)(e)estável
Coveiro distraído que não protege seus pertences
Resistência!
Gosto de palavras de ordem por sua específica (in)utilidade
e que fica ecoando em gritos em gritos em gritos...
não reconheço meu (auto)retrato elitizado
pois já não são meus olhos que sorriem

Te vi correndo na praia esperando a próxima onda
que se aproxima com a primavera entre os dentes
enchentes!
Cheio de esperanças vazias joguei fora meus sentimentos
e rompi um lacre (in)desejável
e morri arrastado por um louco instável que se encontrou consigo mesmo

Uma música constante toca no ar
e perdi minha boca minha voz



16/06/2011
Ruptura e Releitura


Ontem eu escrevia, lia e sentia como criança
E repetia o mesmo assunto
E via só parte de meu mundo
E cria estar certo do que falava

Não!
Não jogarei fora o passado
Posso aproveita-lo, pois hoje cresci
E posso dizer melhor o que vejo, o que sinto
O que leio, o que penso e o que capto
Quem sabe hoje sei o que é amar?
Ou será que agora aprendi a pensar?
Ou será que aprendi os sentimentos das palavras?
Só sei que tenho muito a dizer
E preciso alinhar palavras e pensamentos
Muitas formas e de muitas maneiras
Idéias e sons e sentidos
Que o suor pode passar
E o passado ser jogado no futuro.