quarta-feira, 23 de março de 2011

Passei longo tempo
assistindo tempo
mastigando tempo
matando tempo
engolindo tempo
Gastando o tempo com o próprio tempo

Vozes soam diferentes e já não
causam impacto em minhas retinas atentas
O colorido interno e específico das idéias
caídas em montes aleijados na fazem
diferença no programa de T.V. que eu
insisto em assistir

Vagueio incólume por entre sombras
visuais-sonoras crentes em serem reais
indiferentes aos sons temporais alertas
sobre movimentos terestres-celestes reais

Quero tempo
sonhar tempo
absorver tempo
viver tempo
transcender tempo
Ganhar e realizar todo tempo possível

Mover intenções perecíveis
impossíveis
cabíveis de não serem interpretadas
por entre esta eternidade imperfeita e violada
violentada por estúpidos sonhos
incoerentes
pertinentes
que um sopro intenso e voraz
que faz
a história germinar por entre
letras absurdas e
viventes

ODE A UM POETA INICIANTE

ODE A UM POETA INICIANTE


Ver-te verde em brilhos escritos
subentendido no alvorecer estratégico
cético som embriagado
vindo de parcas palavras roucas
poucas vivências estéticas
poéticas insistências em observações eternas-passageiras
Um gosto combinação em sons-sentidos
desligado do sabor consumido em massa
medo-pavor de uma rejeição total
intelectual trabalho sintetizado em um tom pessoal
segredo vital confessado
estudado ritmo desalienado incompreensível
Verdadeiramente incompreensível
aos olhos tristes caducos de sentimentos
Entendimentos posteriores e vãos!