sábado, 27 de agosto de 2011

Solidão


Hoje estou só
E só eu sempre serei
Pois a solidão eu nunca vencerei
No que ela tem para me estragar
E não há companhia neste mundo
Que dela possa me livrar

Hoje estou só
E só eu sempre serei
Que aqueles olhos eu nunca verei
Da forma que possa me envolver
Num compasso de livre ascensão
Pela batalha de dentro de meu coração

Hoje estou só
E só eu sempre serei
Só o seu jeito eu sempre lembrarei
Do carinho e do entrelaçar de dedos
Só a solidão devora meus segredos
Que um beijo na face faz despertar
E por medo hoje estou só
E só eu sempre serei

terça-feira, 9 de agosto de 2011

ALIENÍGENA


Subi calado as escadas
de meu quarto
Vejo paredes brancas inconstantes
esperando vagos riscos
para desmodelarem o mesmo
o sempre mesmo modo de
aparecer. Aparências!

Procuro entre livros a vida
que perdi dentro de um coração
ou, quem sabe,
dentro das vísceras de uma ave
que voou perto do instante
em que um verme segredou
em meu ouvido frio
que há tempos já faleci

Não me interessa saber os segredos da comum felicidade!

E muito menos refazer o caminho
que me traga novamente
à normalidade

Prefiro ser um alienígena
perfurando um crânio sedento
de mar!