segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hoje Escrevo

Hoje eu escrevo
e escrevo palavras com a angústia de quem
não vive um grande amor
e escrevo solitário com a vida a passar diante
de minhas retinas molhadas
e escrevo palavras secas e sem sal pois
perderam-se no meio de várias lágrimas
e escrevo como quem quer que o tempo passe
e feche o som rouco do coração
e escrevo rápido e sem sentido como uma máquina
quem tem o fim em si mesma
Não!
Eu não copio as máquinas
Copiar é assumir o sentido de outra coisa
E as máquinas não têm sentidos

E escrevo simplesmente o que sinto
Não quero explicar ou entender o que sinto
Quero simplesmente sentir
Pois é algo só meu
Tanto sofrer em explicar e entender
Tanta energia desperdiçada!

E escrevo com raiva e com raiva
de perceber o mundo e não me expressar
Às vezes chego a sentir raiva de mim mesmo
E tenho palavras e tenho a música
Mas nada sai conforme verdadeiramente minto


E hoje escrevo triste pois estou solitário
em um momento em que não queria estar
E sofro as conseqüências de nunca ter encontrado
exatamente o que sou e o que sonho
Tudo muda com a velocidade vertiginosa da minha vida
e deixo de lado o que mais importa
Agir da forma que quero
19/04/2002

Nenhum comentário:

Postar um comentário