sexta-feira, 31 de julho de 2009

Visões

VISÕES

Traduzo em poesias os meus
desesperos, receios, ressentimentos
meus mais ocultos sentimentos

Vejo portas e janelas fechadas
e um barco sumindo no horizonte
Enquanto a criança presa corre suja
solta pelas ruas alagadas de ar

Vejo caminhos encaixotados
expostos em vitrines, lucros uniformidade
E o gosto amargo decorrente de um
beijo roubado de um sonho passageiro

Vejo um muro branco a fechar o mar
e uma aliança esquecida da areia
Violência insalubre explícita dirigida
em palavras insípidas atraentes

Vejo um verme alado
a importunar estátuas gigantes estáveis
E uma flor linda-exótica a nascer
no crânio-cadáver de um motor

19/02/2003

Nenhum comentário:

Postar um comentário