VISÕES
Traduzo em poesias os meus
desesperos, receios, ressentimentos
meus mais ocultos sentimentos
Vejo portas e janelas fechadas
e um barco sumindo no horizonte
Enquanto a criança presa corre suja
solta pelas ruas alagadas de ar
Vejo caminhos encaixotados
expostos em vitrines, lucros uniformidade
E o gosto amargo decorrente de um
beijo roubado de um sonho passageiro
Vejo um muro branco a fechar o mar
e uma aliança esquecida da areia
Violência insalubre explícita dirigida
em palavras insípidas atraentes
Vejo um verme alado
a importunar estátuas gigantes estáveis
E uma flor linda-exótica a nascer
no crânio-cadáver de um motor
19/02/2003
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